Ocorreu-me de ler algo sobre o efeito das ervas no corpo humano e lembrei de que já havia lido sobre esse assunto neste livro, assim sendo extraio parte do capítulo que se refere ao assunto.
Eletricidade Estática
Falemos agora a respeito da eletricidade estática. Assim é chamada aquela eletricidade que existe permanentemente na atmosfera e nos corpos.
O átomo, constituído de núcleo (prótons, nêutrons) e elétrons, além de partículas efêmeras como mesons, positrons e neutrinos, possui além disso a capacidade de revestir‐se de elétrons.
A ciência oficial, neste particular, ainda se encontra meio tonta: basta dizer que considera “negativos” os elétrons, que são tipicamente positivos. Vem o erro da denominação errônea inicial, quando se chamou “negativa” a fonte que despedia energia, e “positiva” a que recebia essa energia. Exatamente o contrário da realidade e da verdade.
Para a ciência oficial, ainda hoje, positivo é o polo “passivo”, e negativo é o polo ativo... Em vista disso, os elementos positivos, os elétrons, são chamados negativos. Entretanto, procurando corrigir essa falha lamentável, vamos denominar certo, neste estudo: os elétrons, para nós, são positivos (embora a ciência os denomine erradamente negativos).
Feita esta ressalva inicial, para podermos entender‐nos, verifiquemos o comportamento do átomo e portanto dos corpos.
· Equilíbrio ‐ Quando um átomo está com seus elementos equilibrados (número normal de prótons, elétrons, etc.), dizemos que está “descarregado” eletricamente; ou seja, “não tem carga elétrica”.
· Carga Elétrica ‐ Quando conseguimos colocar mais elétrons no corpo, dizemos que o corpo está “carregado positivamente”. Quando, ao contrário, há carência ou falta de elétrons, dizemos que está “carregado negativamente”.
O que acabamos de expor pode ser verificado facilmente. Se encostarmos um pente de ebonite, ou uma caneta tinteiro a pedacinhos de papel, nada acontece: o pente e a caneta estão “descarregados”
. Mas se esfregarmos o pente ou a caneta num pedaço de lã ou flanela, e os aproximarmos dos pedacinhos de papel, veremos que estes pulam e aderem à caneta ou ao pente: então dizemos que estão “carregados”. Essa eletricidade estática existe no corpo humano, que consiste num eletrólito (isto é, 66% dele é solução salina que contém e conduz elétrons: essa solução salina tem o nome de “soro fisiológico”). Então, também o corpo humano, para ter saúde, necessita estar equilibrado quanto ao número de elétrons. Quando estes se escoam (por exemplo, pelos pés molhados) o corpo se torna “deficiente” de elétrons, e surgem as doenças como reumatismo, nefrite, flebite, catarros, etc., etc., pelas exaltações de germens.
Assim, as enfermidades exprimem falta de elétrons; a saúde, é o equilíbrio; o excesso de vitalidade é um “superávit” de elétrons.
O corpo humano ‐ O que ocorre com o corpo físico (ou melhor, com o corpo astral ou perispírito), ocorre também com os desencarnados, que continuam revestidos de corpo astral. Se o “Espírito” está bem, seus elétrons estão em equilíbrio; se estes são deficientes, o “Espírito” está enfermo, física ou moralmente.
Por isso, se o aparelho (médium) se liga a um Espírito bom, carregado positivamente de elétrons, se sente bem e continua com esse bem estar mesmo depois da “incorporação”, porque permanece com os elétrons em equilíbrio ou em “superávit”. Mas ao invés, quando é ligado a um “espírito” sofredor ou obsessor, com deficiência de elétrons, o aparelho se sente mal, e o mal‐estar continua após a “incorporação” porque os elétrons que tinha, passam para o “Espírito” que sai aliviado.
Neste segundo caso, para reequilibrar o aparelho, é mister:
a) Ou de um passe de “reequilíbrio”, para fornecer‐lhe os elétrons que perdeu em benefício do “Espírito”;
b) Ou de “receber” o mentor ou amigo espiritual que, com sua ligação, restabeleça a equilíbrio, fornecendo‐lhe os elétrons necessários.
Indução
Sabemos que, sem necessidade de tocar um corpo em outro, podemos eletrizá‐ lo (carregá‐lo de elétrons) por aproximação ou mergulho num “campo elétrico” ou num “Campo magnético”. A isso chamamos indução.
O “encosto” ‐ Muitas vezes, mesmo sem “incorporação”, pode um Espírito aproximar‐se (encostar‐se) a um aparelho (médium), “sugando‐lhe” os elétrons e deixando‐o com mal‐ estar, por vezes com dores, embora o desencarnado dali se afaste aliviado. Isso ocorre com todos. Mas os médium, por serem mais sensíveis, percebem essas diferenças de elétrons. Para o médium, bastará um passe de recuperação, que é inclusive uma das caridades mais meritórias, porque feita sem interesse e até sem conhecimento do que se está passando.
Há também ervas que possuem e produzem grande número de elétrons. E, sendo a água um bom condutor de energia, essas ervas são empregadas com muito êxito em banhos chamados “de descarga”, porque retemperam e reequilibram o organismo do aparelho. Já os antigos conheciam essas ervas. Daí se colocarem certas plantas (arrudas, “espada de S. Jorge”, etc.), no ambiente: a produção de elétrons protege os habitantes. E quando a sucção dos elétrons é grande no ambiente, a planta chega a murchar: é quando se diz que “o ambiente não está bom”.
Eis porque os velhos. desvitalizados (pobres em elétrons) gostam da companhia de jovens, que lhos fornecem por indução. Por isso não devem dormir no mesmo leito crianças e velhos.
A sensibilidade dos médiuns faz que eles percebam a aproximação de um Espírito como uma descarga elétrica, manifestado por vezes por um “arrepio” violento que lhes percorre a espinha, ou por um eriçar‐se dos pelos dos braços, imitando a “pele de galinha”: representa isso a entrada ou a saída de elétrons. Daí haver duas espécies desses arrepios: um desagradável, quando o Espírito “suga” elétrons que saem de nosso corpo, exprimindo a presença de um Espírito enfermo ou perturbado; outro agradável, de bem estar, significando um “banho” de elétrons que nos penetram, quando o Espírito é benéfico, e portanto nos fornece energia. (Essas sensações estão a cargo do sistema simpático‐parassimpático).
As Pontas
A eletricidade positiva ou negativa se agrega mais nas pontas ou extremidades pontuadas. Daí terem nascido os para‐raios. Essa a razão pela qual as mãos, os pés e sobretudo os dedos, são as partes mais carregadas em nosso corpo. Por esse motivo os passes são dados com as mãos abertas (o que em o Novo Testamento se diz “impor as mãos”), para que os elétrons fluam através dos dedos.
Os passes ‐ Daí qualquer dor que sintamos ser imediatamente socorrida pela nossa mão que vai ao local, para restabelecer o equilíbrio dos elétrons: é o passe instintivo e natural. Por isso as pessoas fracas gostam de ficar segurando as mãos das pessoas fortes: os enfermos assim fazem com os sadios.
Os passes, portanto, são um “derramamento” de elétrons, através das pontas dos dedos, para restabelecer o equilíbrio daquele que recebe o passe, e que deles está carecente. Todavia, da mesma forma que o pente de ebonite depois de certo tempo perde os elétrons em excesso que recebeu ao ser atritado com lã, assim também ocorre com o corpo humano. Daí a necessidade de os passes serem periódicos. Bem assim os obseda‐ dos (permanentemente “sugados” por amigos invisíveis), os fracos de saúde, os que lidam com multidões, precisam periodicamente de passes reequilibrantes, recebendo um acréscimo de elétrons.
Por essa razão, as pessoas doentes (a quem faltam elétrons) não deverem dar passes: ao invés de dá‐los, tirariam os poucos do paciente, depauperando‐o ainda mais.
Além disso, existem os que, sem elétrons positivos, possuem um excesso de carga negativa. Com esses, é mister primeiro dar passes “de descarga”, tirando as cargas negativas, para depois dar‐lhes elétrons. Essa a razão por que alguns, ao dar passes sem técnica, absorvem a carga negativa dos enfermos, ficando eles mesmos doentes: então, em, primeiro lugar, passes “dispersivos” para limpar de cargas negativas; depois então, passes de fornecimento de energias.
Corrente Direta
A corrente direta (também chamada contínua), é a que “corre” de um lado para outro do fio, sempre na mesma direção; ou seja, os elétrons entram por um lado do fio e saem pela outra. Segundo a convenção entre os cientistas, eles caminham do polo negativo para o polo positivo (embora o certo seja o contrário: mas os nomes dados aos polos foram errados desde o início, e os cientistas ainda não quiseram consertar as coisas, não se sabe por que).
Corrente Alternada
Na corrente alternada os elétrons não caminham, mas simplesmente se agitam, sem sair do mesmo lugar. E como a vibração é um vaivém constante, para a direita e para a esquerda, dizemos que a direção da corrente é alternada.
Abastecimento
Para que haja uma corrente, de qualquer tipo, é indispensável que os fios estejam ligados a um abastecedor, seja ele um acumulador, uma bateria ou um gerador de eletricidade.
Ligação com o Alto ‐ Todas as criaturas humanas têm uma capacidade elétrica, como vimos, porque o próprio corpo é um eletrólito. Essa eletricidade estática pode ser transformada em “corrente”, seja ela direta ou alternada, se o indivíduo se ligar a um abastecedor de força.
Temos assim que a corrente elétrica poderá ter curso se a pessoa se ligar a um acumulador (unir‐se a outra pessoa com vibração suficientemente forte), a uma bateria (reunir‐se a uma corrente de pessoas) ou a um gerador (à Força Cósmica, por meio da prece).
Uma vez excitada a corrente na criatura (quando esta “entra em estado de transe”) com seus elétrons em forte vibração, sua sensibilidade fica aumentada de muito, e suas válvulas (certas glândulas) conseguem fazer passar as comunicações telepáticas de outros Espíritos – encarnados ou desencarnados.
A ligação, que comparamos a um acumulador, é feita de dois modos: ou direta por contacto, ligando‐se os “fios” a uma pessoa (encarnada ou desencarnada), ou “por indução”, quando a criatura (encarnada ou desencarnada), sendo possuidora de forte campo elétrico e magnético, envolve o médium nesse campo, excitando‐lhe os elétrons e produzindo a corrente.
Evidentemente, a ligação será muito fraca quando se tratar de um simples acumulador; mais forte quando for uma bateria, e fortíssima quando se tratar de um gerador. Daí haver necessidade, nas reuniões desse gênero, de que a “corrente mediúnica da mesa” seja firme, segura, que haja, como se diz vulgarmente “concentração”, ou seja, que todos ajudem, com um pensamento uníssono, a formação do campo elétrico que permita, àquele aparelho que deverá registrar os sinais telepáticos enviados de fora, uma sensibilidade apurada e uma “seleção de sinais” (evitando assim interferências).
Intensidade
Logicamente, a corrente poderá ter maior ou menor intensidade, dependendo esta, portanto, da fonte alimentadora. Medimos a intensidade em ampères. Assim, a quantidade da corrente que percorre um fio será tanto maior, quanto mais ampères tiver. E o ampère é medido pelo aquecimento do fio. Certos fios não resistem a amperagem alta; outros resistem melhor e permitem um acréscimo de quantidade de corrente.
Ligação com os Espíritos ‐ Assim medimos a capacidade mediúnica de uma pessoa; algumas possuem capacidade para receber Espíritos de alta energia; outras só podem receber comunicações de Espíritos afins em força. Raros são os aparelhos que suportam quantidades grandes de fluidos elétricos, sem lhes opor resistência.
Resistência
Qualquer condutor de eletricidade, por melhor que seja, opõe uma resistência (faz uma oposição) à passagem da corrente. Essa resistência é medida em ohms, e há leis estabelecidas para medi‐la: o comprimento do fio, sua grossura, a temperatura e o material de que é construído.
Assim, a resistência será maior:
a) Se o fio for mais comprido;
b) Se o fio for mais fino;
c) Se a temperatura for mais elevada, e vice‐versa.
Quanto ao material, um exemplo: o ferro opõe 6 vezes mais resistência que o cobre.
Impedância
Na corrente alternada, a resistência da bobina tem um nome especial, é a impedância. O fio se opõe muito mais à corrente alternada que à corrente direta. Isto porque, na corrente direta os elétrons simplesmente atravessam o fio de um lado para outro, então a resistência é uma constante. Já na corrente alternada, os próprios elétrons do fio são agitados, num campo magnético que “varia” continuamente; e essa variação do campo magnético “sufoca” e diminui a corrente, em sua intensidade.
Resistência dos médiuns ‐ No fato mediúnico observamos com frequência tanto a resistência quanto a impedância dos aparelhos (médiuns).
A resistência é oposta às comunicações telepáticas que lhes chegam. Sentado a uma mesa de “trabalhos”, com a “bateria” boa, o médium sente os sinais elétricos que lhe chegam à mente, e “resiste”, nada manifestando, por causa do temor de que esses sinais não venham de fora, mas de dentro dele mesmo. Isto é, que não seja a comunicação de um Espírito desencarnado, mas apenas de “seu espírito” encarnado. Em outras palavras: teme, que não seja uma “comunicação”, mas simplesmente um caso de animismo.
Numa sessão bem orientada, o que se quer é “coisa boa”, não importando a “fonte” de onde provenha. Se a comunicação é boa, sensata, lógica, construtiva, que importa se vem de um Espírito encarnado ou desencarnado? Se nada vale a comunicação, deve ser rejeitada, venha ela de uma ou de outra fonte. A “razão” é que deve ter a última palavra.
Mas além dessa resistência à corrente direta, e que geralmente é “consciente”, existe também a impedância, ou seja, a resistência quase sempre “inconsciente” à passagem da corrente. O médium não faz de propósito: ao contrário, conscientemente se coloca “à disposição”. Mas sem querer e sem saber, não deixa que seus órgãos especializados vibrem suficientemente para permitir a eletrificação do fio. E a comunicação não se dá. Pode ser que essa resistência (ou melhor, impedância) seja resultado de fatores estranhos: a questão do “material” que lhe constitui o corpo físico e que torna difícil a “eletrificação”. Se, por exemplo, se trata de uma pessoa frígida e indiferente, haverá muito mais dificuldade do que com uma pessoa sensível e amorosa, sobretudo se estiver “apaixonada”.
Assim o comprimento do fio: se a comunicação é feita de longa distância, é mais dificilmente recebida. Se a temperatura da sala é quente, a comunicabilidade é mais imperfeita. E também a temperatura do corpo do médium influi. Tanto assim que os melhores aparelhos registram baixa temperatura do corpo, além de baixa pressão sanguínea: é típica do médium a hipotensão. Outro fator de impedância é a “variação do campo magnético”, isto é, quando a “corrente mediúnica” está fraca ou insegura: quando seus componentes se distraem com facilidade.
Quando há elementos fracos, diminuindo a capacidade da bateria. Um acumulador pifado inutiliza a bateria: uma pessoa distraída “quebra” a corrente.
Conforme estamos vendo, um curso de eletrônica, mesmo simples e elementar, esclarece e explica os fenômenos cientificamente, sem necessidade de recorrer a “sobrenaturalismo” para os fenômenos mediúnicos, que são naturais e se efetuam em diversos planos: no plano material (eletricidade), no plano emocional (arte), no plano intelectual (mediunidade), no plano espiritual (inspiração).
a) As resistências, ligadas de seguida, se somam. Por isso, quanto mais numerosos forem os descrentes de má vontade, numa reunião, menos possibilidade há de se obterem comunicações.
b) Ao resistir à corrente, o fio pode ficar “ao rubro” (por exemplo, no ferro de engomar). É a razão de o médium que resiste à comunicação quase sempre sentir malestar, que persiste mesmo depois da reunião.
c) Quanto mais aquecido o fio, maior sua resistência à corrente. Daí serem mais difíceis as comunicações em ambientes quentes e abafados.
d) A resistência depende do material de que o fio é construído (o ferro é seis vezes mais resistente que o cobre). Em vista disso é que se aconselha aos médiuns não se alimentarem excessivamente, nem ingerirem álcool, nem carne em demasia, para que oponham menor resistência às comunicações.
Corrente Parasita
A corrente parasita ou de Foucault, ocorre quando o núcleo de metal do rotor (gerador) é construído de uma só peça sólida e inteiriça.
Sendo os condutores enrolados em torno desse núcleo de metal, este pode desenvolver uma corrente parasita, que interfere nas linhas do campo magnético. Essas correntes, além de não terem utilidade, produzem calor no núcleo, baixando o rendimento da máquina.
Para diminuir a intensidade da corrente parasita, ao invés de um bloco inteiriço, são usadas finas chapas separadas por matéria isolante. Assim, em lugar de corrente parasita única de intensidade forte, teremos uma série de pequenas e inofensivas correntes, que só circulam individualmente em cada lâmina.
Formação da mesa mediúnica ‐ O conhecimento desse efeito é de grande utilidade para constituição da mesa mediúnica; e explica por que, desde os primórdios, os bons dirigentes de sessões fazem sentar os médiuns intercalando‐os com não médiuns. A razão dada é que os não‐médiuns servem para “sustentar a corrente”.
Perfeitamente lógico e verdadeiro. Mas agora, pela comparação com a “corrente de Foucault”, podemos perceber o motivo científico: se os médiuns se sentam todos de seguida na mesa, forma‐se a “corrente parasita”, que pode provocar interferências no campo magnético da mesa, fazendo que a vibração recebida por um médium repercuta nos que lhe estão ao lado, perturbando‐os. Além disso, ao envolver outro médium essa vibração, pode levá‐lo a enganar‐se: supondo tratar‐se dos fluidos de um desencarnado, talvez force a manifestação, resultando daí mistificação involuntária e inconsciente.
Mais ainda: formando o bloco monolítico de médiuns um grupo inteiriço, a intensidade da manifestação é maior, enfraquecendo as resistências dos médiuns (pela corrente parasita) e a ação dos Espíritos se fará com muito mais violência.
Se os médiuns (sensitivos) forem intercalados com não‐médiuns (não‐ sensitivos = isolantes) cada um deles dará sua manifestação com a intensidade normal, sem perigo de influenciar os vizinhos e com maior possibilidade de conter a violência dos manifestantes.
Formar‐se‐á, dessa forma, uma corrente normal, sem perigo de parasitismo, de influências mútuas, de violências acrescidas.
Dentro do possível, pois, formem os dirigentes a mesa com essa alternância de médiuns e não‐médiuns. Além da intensidade da corrente, e da resistência que a ela opõe o condutor, encontramos outras especialidades a estudar.
Potencial
A diferença de “pressão elétrica” entre uma ponta do fio e a outra extremidade determina o potencial elétrico da corrente.
Mede‐se esse potencial pela unidade volt. Então, 1 volt é a diferença de potencial que produzirá 1 ampère de corrente, através de 1 ohm de resistência. Logicamente, quanto maior a diferença entre os dois extremos do condutor, maior a voltagem. E é exatamente essa diferença de potencial que faz que a corrente “flua” ou caminhe, do lado mais forte para o mais fraco, (geralmente chamado “terra”).
Então, numa corrente de 120 volts, precisamos de uma resistência de 120 ohms, para termos uma corrente de 1 ampère. Temos duas maneiras de “ligar” uma corrente a elementos isolados.
Ligação em Série
Quando a corrente passa de uma lâmpada a outra, temos a ligação em série, e o comportamento é o seguinte:
Cada uma das lâmpadas de Natal recebe 1 ampère; cada lâmpada tem 15 ohms; as oito perfazem 120 ohms; a entrada é de 120 volts. Donde vemos que a resistência de cada lâmpada é somada à outra, e o total das resistências (120 o.) vai estabelecer a intensidade da corrente (1 a). Corrente fraca, utilizada, por exemplo, nessas lâmpadas das árvores de Natal.
Ligação em Paralelo
Mas podemos ligar diretamente a corrente total em cada lâmpada e teremos: Entrada, 120 volts; cada lâmpada fica com os 15 ohms de resistência, e com 8 ampères de corrente, portanto receberá intensidade de corrente, em cada uma, oito vezes maior que na ligação em série. Tipo utilizado na iluminação doméstica, para não enfraquecer a corrente nas lâmpadas e demais aparelhos elétricos. Vejamos dois casos semelhantes, em ligações diferentes, para bem compreender o que ocorre:
Ligação em série:
Ligação em paralelo:
Na primeira, a ligação em série dividiu pela metade a intensidade da corrente em cada lâmpada. Na segunda, foi deixada total a intensidade de cada lâmpada.
Círculo fechado ‐ Isso é importante para a constituição da “corrente” mediúnica. Por isso é ela sempre construída em circuito, em redor de uma mesa ou sem mesa. Isto porque, geralmente, os médiuns têm fraca potência, e por isso a ligação é feita em série, em circuito fechado.
Só médiuns de grande potência podem ser ligados em paralelo (trabalhando a sós)..
Potência Elétrica
A potência elétrica depende da combinação entre:
a) A intensidade da corrente (amperagem) e;
b) A pressão elétrica (voltagem)
A potência é medida em watts; 1 ampère, quando a diferença de potencial é de 1 volt. Então conhecemos os watts (potência) de uma corrente, multiplicando os volts pelos ampères. No último exemplo que demos acima: na ligação em série, as lâmpadas poderão ter uma potência de 60 w, mas na ligação em paralelo terão 120 w, ou seja, o dobro da potência. A energia (erg) é a potência combinada com o tempo. Mede‐se em watts hora (wh) ou, para facilitar nas quantidades maiores, quilowatt hora (kwh). Para encontrar‐ se a energia, bastará multiplicar a potência pelo tempo. Por esse meio descobrimos a energia despendida.
Energia despendida pelos médiuns ‐ Assim, nas reuniões mediúnicas podemos calcular a energia despendida pelos aparelhos calculando o potencial de força do conjunto, a intensidade da corrente, a potência do aparelho e o tempo gasto. Em vista disso é que se aconselha que as reuniões não devem durar mais do que uma hora e meia, a fim de não desgastar muita energia dos presentes. Entretanto, a presença de pessoas com muita vitalidade (muito potencial) e com a manifestação de Espíritos muito elevados (grande intensidade de corrente) e de médiuns de forte potência, pode demorar‐se, mais, porque a energia fica muito acrescida em capacidade.
Além disso, se a corrente estiver bem ligada ao Gerador Universal da Força Cósmica (Deus) por pensamentos elevados e preces desinteressadas, isso fortificará de muito a capacidade do grupo e compensará a energia consumida no intercâmbio.
Transformador
O transformador é um aparelho que consiste em duas bobinas (um fio fino isolado, geralmente por verniz) enrolado num núcleo de ferro doce. A corrente, ao passar pelo fio em redor do ferro, magnetiza‐o e desmagnetiza‐o muitas vezes por segundo.
Funciona o transformador de acordo com o número de espiras (voltas), dessa primeira bobina, e com o número de espiras da outra bobina (secundária) de saída, que é magnetizada por indução.
Por esta figura poderá ser compreendido o mecanismo de um transformador: se a bobina primária (de entrada) tiver a metade das espiras que a bobina secundária (de saída), a corrente que entrou com 60 volts, sairá do outro lado com 120 volts.
Entretanto, se a voltagem foi aumentada a corrente diminui.
Então, o interessante não é fazer o transformador trabalhar nesse sentido, e sim no sentido contrário: diminuindo a voltagem e aumentando a corrente. Isso se consegue colocando mais espiras na bobina primária e menos na bobina secundária. Como sempre existe pequena perda (2 a 3 %), a corrente não aumenta na prática tanto quanto deveria fazê‐lo teoricamente. Veja o exemplo da figura.
Os não médiuns ‐ Daí verificamos, na prática, que, em certas reuniões mediúnicas, há elementos humanos que funcionam como verdadeiros transformadores que aumentam a corrente. Quase sempre são pessoas que não são médiuns, e até que muitas vezes se julgam inúteis na reunião. Ficam ali parados, concentrados, firmes, mas nada sentem. No entanto, estão servindo incalculavelmente para o bom êxito das comunicações; são os chamados “estacas de sustentação” de uma reunião. Sem a presença deles, a reunião se tornaria tão fraca que quase nada produziria.
Como há esses transformadores que aumentam a corrente, existem os que agem de modo inverso: diminuem a corrente. São aqueles que se “isolam” do conjunto, ou porque permaneçam preocupados com seus pensamentos próprios, ou porque cedam ao cansaço e durmam: a interrupção de corrente trabalha como um transformador que diminui a corrente, embora não na corte.
Retificador
Chamamos assim ao aparelho que transforma a corrente alternada em corrente contínua. Trabalha baseado no princípio das válvulas, que deixam a água correr num “sentido”, mas se fecham, impedindo‐a de voltar. Assim, no retificador elétrico, o aparelho deixa passar os elétrons de um lado só, não lhes permitindo o regresso.
O processo que fará entender é o da válvula eletrônica retificadora: A válvula é composta de um filamento que, aquecido, expele elétrons. Estes são atraídos pela placa, que os manda à frente. Mas não podem regressar da placa ao filamento. A corrente entrou alternada, ao sair da placa tem um só sentido: é direta.
Telemediunidade ‐ Também na reunião mediúnica há pessoas que atuam como válvulas retificadoras quase agentes catalíticos, que permitem ao aparelho sensitivo (médium) a recepção de mensagens. No entanto, essa tarefa é quase sempre afeta a seres desencarnados, que facilitam a recepção das correntes provenientes do mundo astral mais elevado ou mesmo do mundo mental. É a chamada telemediunidade, em que um Espírito retifica as correntes mais elevadas, tornando‐as acessíveis aos aparelhos encarnados. Em muitas ocasiões, esses intermediários acrescentam, a essa tarefa, a de transformadores para diminuir a intensidade da corrente, a fim de poder ser recebida pelo aparelho mediúnico.
Vejamos, agora, como se dá a comunicação propriamente dita, sob o ponto de vista eletrônico: Precisamos analisar o comportamento da onda de som, combinada com a onda elétrica, fixando bem que, na mediunidade, também se trata de onda, embora seja “onda de pensamento”.
Estudemos alguns termos de rádio.
Ionte
Quando os elétrons viajam por um gás, têm eles a propriedade de eletrizar os átomos desse gás, que se tornam carregados; passam então a denominar‐se iontes (ou íons). Podemos defini‐los, então, como átomos (ou radicais) eletricamente carregados.
Os iontes podem ser carregados de eletricidade positiva (formando os cationtes) ou negativa (formando os aniontes). Quanto mais a atmosfera se carrega de iontes, mais ionizada fica, isto é, mais eletrificada. A ionização poderá ser positiva ou negativa.
Durante o dia, a atmosfera fica demais iontizada, e por isso os aparelhos receptores funcionam com menos perfeição, já que, além de receberem a onda hertziana, recebem também as cargas dos iontes, o que produz estática. Havendo à noite menor iontização da atmosfera, por causa da ausência das radiações solares, funcionam melhor os receptores.
Ambiente da sessão ‐ Daí a preferência para exercício da mediunidade das horas noturnas, quando há poucos iontes elétricos na atmosfera, já que a mediunidade funciona à semelhança do rádio, e o comportamento das ondas de pensamento ser semelhante ao das ondas hertzianas.
Vibrando intensamente os iontes elétricos produzidos pelas radiações solares, eles interferem – embora funcionando em faixa de onda mais baixa – nas ondas mais delicadas do pensamento; assim como, de modo geral, as ondas solares luminosas interferem na manifestação dos fluidos magnéticos o no ectoplasma. Por isso, as sessões de efeitos físicos necessitam de ausência de raios luminosos.
Então, para o bom funcionamento de uma reunião mediúnica, é indispensável um ambiente bem iontizado positivamente, por pensamentos elevados. A atmosfera assim carregada facilita as comunicações, já que ativa o campo elétrico‐magnético.
O melhor meio de iontizar o ambiente é manter os acumuladores ligados ao gerador (manter mentes e corações unidos ao Pai) de modo a emitir cationtes, que saturem a atmosfera. Essa emissão é realizada pelos pensamentos de amor desinteressado e de prece desinteressada, jamais por preces particulares só para si ou para os seus, nem com amor só por aqueles que estão em contacto conosco.
Em contrapartida, os ambientes carregados negativamente, com pensamentos de egoísmo, de discussões, de futilidades, de raivas e personalismos, só permitem reuniões fracas, improdutivas e até perturbadas, delas saindo os participantes em estado pior do que entraram: mais enfraquecidos, com órgãos psíquicos e físicos afetados. Se não houver ambiente bem iontizado, é melhor não realizar reuniões. Por isso não deve fazer‐se uma sessão de intercâmbio em qualquer lugar, nem sob pretexto de Caridade. Sim, é caridade dar um copo de leite a um faminto; mas será caridade dá‐lo quando estiver estragado ou envenenado?
Válvula
Vejamos agora o comportamento de uma válvula termoiônica, dessas que utilizamos em nossos radiorreceptores. Vemo‐la construída de:
a) Um filamento de metal próprio, ligado à corrente elétrica que o esquenta até o rubro (em brasa), estado em que o fio expele de si milhões de elétrons, que têm seu caminho facilitado por causa do vácuo dentro da válvula.
b) De unia placa de metal, que recebe o jato de elétrons e os encaminha para diante pelo fio, mas não permite que eles voltem ao filamento; assim procedendo, transforma a corrente alternada em corrente direta ou contínua.
c) Nas válvulas mais complexas, entre o filamento e a placa existe uma grade, que tem a finalidade de selecionar o fluxo dos elétrons. Com esses elementos básicos e alguns secundários, é obtida a retificação da corrente e sua ampliação.
O Corpo Pineal ‐ Na caixa craniana temos a principal válvula do corpo humano, que será estudada mais minuciosamente no capítulo da Biologia: o corpo pineal ou epífise.
Ainda aí se localiza a grande auxiliar da pineal, que é a hipófise. No resto do corpo encontramos outras “válvulas”, mas isso é objeto de outra parte do estudo. No entanto, fique claro que, para a comunicação, necessitamos de uma válvula detetora ou retificadora, que é o corpo pineal. Comparativamente à termoiônica, a pineal funciona recebendo corrente alternada e deixando sair corrente direta: é pois uma “transformadora de corrente”. Mas, ao mesmo tempo age tal qual mente um transformador de frequência, pois recebe ondas pensamento que de lá saem modificadas em ondas palavra.
Essa modificação da ideação em palavras é constante, no trabalho interno do eu, que fornece as ideias à mente abstrata; essas ondas curtíssimas são enviadas do transmissor (coração) e captadas pela pineal (cérebro), sendo aí transformadas em palavras discursivas, em raciocínios, em deduções e induções. Com a prática desse trabalho constante, embora inconsciente, a pineal exercita‐se para mais tarde, mais amadurecida, poder fazer o mesmo com ideias provenientes de fora, de outras mentes por meio da telepatia.
A pineal, formidável válvula eletrônica, capta as ondas‐pensamento, (corrente alternada) e as deteta em ondas discursivas (corrente direta pessoal) trabalhadas pelos lobos frontais do cérebro, e depois traduzidas em som (pelo aparelho fonador), ou em desenhos ideográficos (pelos músculos das mãos). Assim, teórica e praticamente observamos a transmutação das ideias de um ser para outro, no ponto exato da transformação das ondas.
Mas resta‐nos ainda ver o processo da comunicação propriamente dita.
Transmissão e Recepção
O mecanismo de comunicação (transmissão e recepção) do rádio obedece, em linhas gerais simplificadas ao seguinte (observe o desenho esquemático):
1º estágio A Pessoa fala, produzindo ondas acústicas; estas ferem o microfone, fazendo‐lhe vibrar a lâmina, que transmite essas ondas em corrente variável a uma válvula amplificadora. Esta aumenta muito os sinais e os envia ao aparelho transmissor, que as transforma em ondas hertzianas, fixando‐lhes a frequência; e a potência, modulando‐as e lançando‐as pela torre de transmissão.
2º estágio As ondas hertzianas correm pelo ar atmosférico e batem em todas as antenas, penetrando todos os ambientes, tenham ou não aparelhos receptores: a atmosfera terrestre está permanentemente saturada de ondas hertziana provenientes de todas as estações transmissoras do globo.
3º estágio Um aparelho especializado (receptor) recebe todas essas ondas. Mas o ouvinte escolhe, por meio de seu condensador variável, qual das ondas ele quer ouvir. Sintonizado o aparelho na mesma frequência que a da estação transmissora que ele deseja, a corrente das ondas hertzianas é novamente ampliada por uma válvula, depois retificada para corrente direta por outra, sendo então levada ao alto‐falante, que transforma os impulsos elétricos em ondas acústicas, as quais são percebidas pelos ouvidos do interessado.
Funcionamento físico da mediunidade ‐ Examinando o 1º estágio (efetuado pelo Espírito comunicante) vemos que suas palavras são inicialmente moduladas para poderem ser percebidas. Essa modulação requer um estado especial de vibração dele próprio. Não é qualquer Espírito que, falando em qualquer situação, consegue ser percebido. Se assim fora, os médiuns suportariam um pandemônio de vozes misturadas, que se tornariam incompreensíveis.
Mas, tal como o transmissor, o Espírito tem que saber fixar a frequência de sua onda, que só poderá ser percebida pelo aparelho que com ele sintonize. Essas vibrações discursivas podem ser transmitidas de duas maneiras:
1ª) Mediante ligação direta aos centros nervosos (plexos, chakras) do aparelho, que as registra e reproduz automaticamente (embora possa ser conscientemente, já que uma coisa não exclui a outra). Ou;
2ª Mediante recepção das ondas, sem ligação (sem fio).
Essa duplicidade de Processos explica certos pormenores:
· Por que alguns Espíritos, ao incorporar, guardam a pronúncia típica (pretos velhos, por exemplo) ou só falam no próprio idioma? Porque a transmissão é direta (por fio fluídico) e a reprodução é automática.
· Por que um Espírito de, por exemplo, um alemão que nunca esteve no Brasil nem jamais aprendeu o português, se comunica neste idioma, sem qualquer sotaque?
Porque a transmissão é feita em ondas pensamento, e são captadas as ideias e traduzidas em sons pelo cérebro do médium, em palavras suas (isto é, em palavras do médium).
· Por que certos médiuns ignorantes falam línguas estrangeiras ou dão comunicações de assuntos que não conhecem? Porque a ligação é direta e a comunicação é automática. Mais tarde isso será visto com mais pormenores no capítulo da biologia.
· Por que certos Espíritos dizem que não podem falar sobre isto ou aquilo por meio deste médium, alegando que o aparelho, por desconhecer o assunto, não lhe fornece material para a comunicação? Porque este médium trabalha sem ligação direta, captando as ondas pensamento, e teria que traduzi-las em palavras suas, tiradas de seu cérebro. Ora, se não conhece o vocabulário especializado técnico, ou se não tiver noções, por exemplo, de anatomia, não poderá entender nem mesmo as ideias, quanto mais reproduzir os pensamentos com palavras suas.
· Por que durante certas comunicações automáticas o médium fica inconsciente e em outras permanece consciente? Durante as comunicações o médium sempre tem consciência do que diz. Mas quando termina é que vem o esquecimento. Isso se dá sobretudo, quando a comunicação é feita por meio de sono hipnótico, sendo o agente o Espírito e paciente o médium.
Verificamos, pois, que o Espírito não precisa estar presente para dar a comunicação. Pode irradiar seu pensamento de distâncias grandes e ser recebido pelo médium. Daí o erro de mandar que o vidente comprove a incorporação, para evitar mistificações. Disso falaremos ao estudar a vidência. A essa transmissão à distância chamam alguns telemediunidade.
Examinando o 2º estágio compreendemos que as ondas são enviadas indistintamente ao ambiente (se não houver ligação direta), e portanto recebidos por quem esteja sintonizado com elas. De modo geral há um médium que as recebe. Mas pode acontecer que sejam recebidas por dois ou mais médiuns concomitantemente (ou que nenhum dos presentes as receba).
Nesse caso, se são da mesma sensibilidade, a comunicação de ambos é igual ou quase. Se são de sensibilidade diferente, cada um deles apanhara aquilo de que for capaz. Isso explica o leit‐motiv que muitas vezes ocorre nas sessões em que vários médiuns ferem o mesmo assunto, embora com palavras diferentes. Todos receberam a mesma mensagem, mas cada um as traduziu segundo sua própria capacidade. Por que falar em plágio?
No 3º estágio compreendemos a importância da sintonia. No rádio, procuramos a sintonia por meio do condensador variável. Na mediunidade, com a elevação ou o baixamento das vibrações, até que sejam harmônicas.
Aberta a sessão, alguns aparelhos nada sentem. Se permanecerem em oração (ligados ao Gerador) esquentando o aparelho e elevando a frequência, podem atingir determinado grau e receber uma estação transmissora. Se permanecerem distraídos, sintonizados com seus problemas, nada recebem, ou então só recebem comunicações de espíritos que estejam na mesma faixa vibratória. Isso ocasiona que as comunicações de certos médiuns sejam sempre semelhantes: eles alimentam a monoideia, e só percebem “estações” que estejam naquela faixa.
Captadas as ondas‐pensamento, o aparelho mediúnico as retifica, através do, modulando o pensamento‐palavra, transformando‐as em ondas‐acústicas (palavras discursivas), sonorizando‐as através do aparelho fonador (alto‐falante) ou as escreve (transformando‐as em imagens convencionais), mas sempre com suas próprias palavras e estilo (a não ser que a ligação tenha sido feita por fio, ligado aos chakras, agindo sobre os centros nervosos do corpo e prescindindo da “válvula retificadora” do médium).
Examinemos algumas perturbações que podem ocorrer na recepção de ondas radiofônicas: a “imagem”, o “fading” e a interferência.
Imagem
Chama‐se assim à sintonia de determinada frequência em outra frequência, ou seja, à recepção de uma onda em cima de outra, ou de uma estação em outra.
A imagem é dada pela soma da rádio‐onda (RO) mais a frequência intermediária (FI) do aparelho receptor. Ora, ocorre que cada receptor tem sua FI fixa e determinada no momento da montagem. Então, se a FI é baixa, acontece que pode produzir‐se uma imagem de uma estação em outra.
Para facilitar a compreensão, tomemos como exemplo a faixa de ondas médias, que vai de 550 a 1600 khs. Suponhamos que a FI do aparelho seja 400. Se sintonizamos nosso rádio em 1200 khs, acontece que captamos a estação de 1200 khs, mais a imagem da estação de 800 khs (porque 800 + 400 = 1200). Então, para evitar as imagens, os aparelhos radiofônicos são montados com Fl elevadas (por exemplo, de 1. 100 para cima). Dessa forma, mesmo a estação de mais baixa frequência (550 khs) cairá fora da faixa (550 + 1. 100 = 1. 650), evitando a formação de imagens.
Elevação de pensamentos ‐ Muito importante o conhecimento desse fato. Com efeito, cada criatura humana possui sua frequência intermediária (FI) de determinado valor. Ocorre então que, se a FI for baixa, a recepção das ondas do Espírito comunicante poderá somar‐se ao pensamento do aparelho receptor de tal forma que prejudique a pureza das ideias transmitidas.
Porque, de fato, mistura da RO do Espírito desencarnado com a FI do médium sempre haverá. Só se excetua o caso de ligação direta por fio fluídico (equivalente à ligação telefônica). Mas, quando a RO do Espírito é mais forte (60% pelo menos) a comunicação ainda pode considerar‐se boa. Percentagem mais baixa não é aceitável, já que faz que a mensagem perca a autenticidade. O remédio para obviar a esse mal será elevar a FI da criatura de tal modo, que não produza imagens em qualquer dás ondas da faixa em que está trabalhando na recepção.
Essa elevação da FI equivale ao combate sistemático a tudo o que reduza as vibrações, como vaidade, orgulho, pretensão, mágoa, ressentimento, ciúmes, críticas, etc. Havendo qualidades positivas (humildade, amor, espírito de serviço desinteressado) a FI da criatura permanece alta, afastando‐se o perigo de imagens.
Fading
É o nome dado à variação de intensidade, na entrada da onda no aparelho radiofônico. A onda começa forte, depois vai enfraquecendo e desaparecendo até um mínimo, para crescer logo em seguida, numa oscilação periódica. Interessante observar que o fading se verifica quase que somente nas ondas curtas.
A correção do fading pode obter‐se como fortalecimento do circuito do amplificador, de modo que fixe o máximo e o mínimo de uma faixa audível.
Vigilância dos médiuns ‐ Na mediunidade é comum ocorrer o mesmo fenômeno, sobretudo quando o transmissor é de onda curta (Espíritos mais elevados). Ao perceber o médium que o Espírito comunicante (estação transmissora) é de elevada categoria astral, começa a sentir‐se satisfeito (vaidoso) de servir de intermediário, o que enfraquece imediatamente a recepção. Doutras vezes pode distrair‐se com problemas seus, e então titubeia. Ou ainda ocorre que o comunicante pode dar um impulso, e depois deixar que o médium prossiga por si na explanação do assunto, a fim de exercitá‐lo: pode então o aparelho perder o fio e produzir um fading. E outras causas: distrações, falta de concentração do aparelho da corrente, etc.
Remédios, portanto, são: firmeza de concentração (o intelecto vazio de pensamentos); sentimento de humildade e amor desinteressado; e sobretudo atenção à sequência de ideias que forem sendo recebidas.
Interferência
É a intromissão de uma onda estranha, no aparelho, perturbando a recepção. A interferência pode ter diversas causas:
a) Transmissão de onda de frequência muito próxima. O transmissor irradia em frequência determinada, que se chama onda portadora; assim mesmo, existe uma oscilação de cerca de 10.000 ciclos por segundo em cada lado. Por isso, se outro transmissor emitir dentro desse limite, há uma interferência. Essa é a razão por que as estações de broadcasting estão distantes uma da outra, no mínimo, em 40.000 ciclos (... 860 ‐ 900 ‐ 940 ‐ 980 ‐ 1020 ‐ 1060 kcs);
b) Uma ruptura ou fechamento de circuito estranho, ou seja, quando se liga ou desliga qualquer aparelho elétrico, o receptor registra estalidos característicos, que todos conhecemos;
c) Funcionamento de motores de centelha ou explosão, que produzem oscilações eletromagnéticas, repercutindo no receptor com zumbidos e roncos continuados, chegando, por vezes, a impedir a recepção.
Espíritos perturbadores ‐ Da mesma forma, nas transmissões de ondas de pensamento (com muito mais efeito, porque muito mais sutis e delicadas) ocorrem tais interferências:
a) Ciclagem próxima: pode acontecer que dois Espíritos de vibração vizinha emitam pensamentos de forma a interferir um, na mensagem do outro. O mais comum é ocorrer isso entre a mensagem do Espírito e a mente do médium, sobretudo quando se trata do guia ou mentor. Isto porque, de modo geral, o guia' tem uma frequência muito próxima da de seu aparelho. E explica‐se: se assim não fora, não se lhe poderia agregar como guia, já que isso requer sintonia vibratória entre os dois. Daí o cuidado que devemos ter, examinando cuidadosamente as mensagens dos guias, para descobrir se existem interferências do pensamento do aparelho mediúnico.
b) Quando há ruptura de corrente na mesa mediúnica, ocorrem interrupções na transmissão de mensagens, que se tornam fracas, por vezes perdendo mesmo a sequência de sentido. Também pode acontecer que, de fora, venham interrupções, quer provenientes de mentes desencarnadas, quer de encarnadas. E essas centelhas podem ser tão violentas, que rompam a ligação entre transmissor (Espírito) e receptor (médium).
c) A terceira interferência (que difere da segunda por ser continuada) provém, quase sempre, da assistência, especialmente pela presença de pessoas totalmente descrentes, que duvidam e se opõem aos fenômenos, com seu pensamento. A assuada de ondas‐pensamento pode ser tão forte, que impeça o recebimento de mensagens. Isso explica por que os médiuns, quando levados a ambientes hostis para dar provas, com frequência nada produzam: não conseguem receber a onda irradiada, em vista das interferências existentes que a cobrem. Essa também a razão por que nos dias de grande movimentação popular (por exemplo, durante o carnaval) não se devem realizar sessões mediúnicas: as interferências são muito grandes e podem perturbar totalmente os aparelhos receptores humanos, tal como centelhas muito violentas podem causar prejuízos sérios nos rádios e televisões, queimando resistências e até válvulas.